Startup enxuta: Tenha uma grande marca, mas com poucos gastos

Existem alguns passos simples para garantir que você possa ter uma startup enxuta, ou seja, que não desperdice recursos valiosos da empresa.

Saber quanto um produto consome de recursos naturais até chegar no consumidor ou o impacto na natureza do descarte da embalagem deste produto não são informações para serem desprezadas.

Até mesmo produtos classificados como ecologicamente corretos, que podem ser reciclados ou que não poluem os rios, também já estão com seus dias contados.

No comércio internacional estão surgindo novas normas que exigem controle do impacto ambiental de cada etapa da produção.

Isso é uma tendência para o futuro que já vem se firmando, como no caso dos países da comunidade europeia, que só compram polpa de papel de países que usam de forma comedida seus recursos naturais, e o Brasil já passou nesse teste.

Neste artigo vamos comentar os principais pontos para você garantir que sua startup seja o mais enxuta possível, com um consumo mínimo dos recursos naturais.

Fabricação de embalagens

Agora uma empresa especializada em licenciamento ambiental está de olho nos fabricantes de embalagens.

O principal instrumento aqui é um estudo conduzido pelo Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea) e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) de Campinas, que deve ficar pronto em outubro deste ano.

A pesquisa vai indicar medidas estratégicas a serem tomadas para produzir embalagens e reduzir o impacto ambiental da fabricação de produtos com:

  • Plástico;
  • Madeira;
  • Vidro;
  • Alumínio;
  • Papel.

Esse trabalho foi nomeado “Análise do Ciclo de Vida de Embalagens para o Mercado Brasileiro”, e foi iniciado há dois anos com financiamentos da Fapesp e de um convênio de associações e empresas fabricantes de embalagens.

Este é um estudo que impacta direta e indiretamente toda a cadeia de produção, como uma empresa de içamentos. É a primeira vez na história do nosso país que o setor de embalagens realiza um estudo tão abrangente.

É seguido um método de diagnóstico de planejamento de produtos que tem reconhecimento mundial, a Análise do Ciclo de Vida (ACV).

É a mudança de uma avaliação subjetiva ou orientada apenas para um ponto do processo de produção de embalagens, indo para uma visão mais consistente e ampla do ponto de vista ambiental.

Com esse estudo pronto, as empresas brasileiras de embalagem poderão reivindicar os certificados da série ISO 14000, que reconhecem os esforços de reduzir continuamente os impactos ambientais dos processos de fabricação de embalagens.

Já é adotado desde 1992 o método ACV como critério de avaliação pelos responsáveis deste certificado.

A tendência é que a exigência dele possa atuar como uma barreira não-tarifária no mercado internacional, de forma que só poderão circular livremente aqueles produtos como erp para indústria química que respeitem as normas mínimas do uso de recursos.

Eletricidade

A situação brasileira em relação à produção de energia elétrica é, a princípio, confortável no âmbito internacional.

Aqui predomina o uso da energia provinda de usinas hidrelétricas, que têm um baixo impacto ambiental se comparadas com as termelétricas, mais comuns na Europa, e que consomem recursos não renováveis, como o gás natural, óleo diesel e carvão.

Visando amenizar as objeções de grupos de ecologistas internacionais que fazem questionamentos quanto às áreas alagadas pelos reservatórios da hidrelétrica, é adicionada uma variável neste contexto: o uso da terra.

Com o uso de equipamentos de controle ambiental é possível desenvolver um estudo sobre a área a ser alagada.

Construir uma hidrelétrica sobre um terra urbana, já transformada, causa um impacto muito menor do que usar uma área de floresta.

O fato é que não há tecnologia totalmente limpa, cada uma tendo impactos diferentes em seu contexto de aplicação.

Transporte

A questão dos transportes de mercadorias no Brasil é um ponto um pouco mais frágil, não tranquilizando os cientistas.

Na Europa é aplicado principalmente o transporte ferroviário ou aquático, enquanto no Brasil as empresas se apoiam quase que totalmente no transporte rodoviário.

Isso é uma desvantagem do ponto de vista ambiental, já que caminhões consomem mais óleo diesel, um derivado do petróleo cada vez mais escasso, além de emitir mais gases poluentes.

Isso se emprega nas mais diversas áreas dos segmentos de produção, tendo relação até mesmo com o licenciamento extração mineral.

Sete etapas

Foram analisadas pela equipe do Cetea todo o impacto ambiental da produção de energia, dos sistemas de transporte e o gerenciamento de resíduos sólidos e tóxicos, dividido a trajetória em sete etapas:

  • Extração da matéria-prima;
  • Fabricação do material da embalagem;
  • Fabricação da própria embalagem;
  • Uso industrial da embalagem;
  • Distribuição;
  • Reciclagem ou a reutilização;
  • Descarte.

Ao olhar todo o conjunto, alguns mitos se desfazem, como o consumo de água ou óleo diesel, itens mais importantes para a avaliação ambiental. Isso pesa mais que a decomposição de materiais, que fica mais restrita à questão do gerenciamento de resíduos.

Esse é o caso das garrafas plásticas de polietileno tereftalato (PET), muito usadas para refrigerantes. Elas podem ser reaproveitadas para uma série de itens, como para fazer tapetes, fios, tecidos ou novas garrafas.

No entanto, quando não são reutilizadas e enviadas para os lixões e aterros sanitários, elas se mantêm inertes, sem o risco de contaminar lençóis freáticos.

O estudo fez a amostragem de 20 sistemas de embalagens de vidro, plástico, madeira e papel, pensando em como chegam a seus consumidores. A compra de sucata de alumínio e de outros itens é uma boa solução para o reaproveitamento dos resíduos.

É preciso pensar nos mais diversos produtos, como caixas de sucos e de leite, bem como latas de cerveja e refrigerantes que são envolvidas em papelão ondulado e muitas vezes também com plásticos de polietileno.

Diversas frutas chegam ao varejo em caixas de madeira ou papelão, que não ficam à vista dos compradores.

No estudo também foram considerados os resíduos que provém da construção civil, como sacos de papel kraft de 50 kg, usados para embalagens de cimento.

Centenas de visitas

Neste trabalho foram entrevistados funcionários de cerca de 500 empresas, considerando usuários dos produtos e fornecedores. A quantidade de empresas interligadas em um segmento varia de acordo com o tipo de material e de embalagem.

No entanto, o desafio se mantém o mesmo: descobrir o consumo de materiais, água e energia, bem como a emissão de gases e resíduos, em cada caso. Ainda que cada tipo de embalagem tenha sua análise própria, comparações são indesejáveis.

Como pontua o Cetea, não há como comparar uma embalagem de plástico e outra de alumínio, pois uma consome petróleo e a outra bauxita. É preciso que em todas as situações se busque melhorias contínuas, assim como na construção civil, em uma outorga poço tubular.

Foram coletadas diversas informações, uma vez que estatísticas de outros países não representam a realidade do modelo brasileiro.

Já no campo conceitual, a ajuda veio do grupo Pira, um instituto inglês especializado em Análise do Ciclo de Vida, com a aplicação do programa Pira Environmental Management System (PEMS).

Esse programa permitiu medir o impacto ambiental causado a partir das informações coletadas nas empresas brasileiras. A Society of Environmental Toxicology and Chemistry (Setac) também foi uma referência importante para o desenvolvimento do trabalho.

De acordo com uma recomendação internacional, os resultados apurados são supervisionados por um grupo de especialistas externos, o chamado critical review, composto por um brasileiro, um americano e um alemão.

Todas as informações e produtos do estudo poderão ser adotadas ou detalhadas pelas próprias indústrias, de modo que possam implantar melhorias em seus processos ou até mesmo rever o processo estratégico nacional usando mais ferrovias, por exemplo.

Decisões em grupo

Todo este estudo sobre o ciclo de vida das embalagens conta com um modelo próprio de organização e planejamento das atividades e ações.

Juntam-se representantes das associações de empresas (de alumínio, vidro, embalagens PET, papelão ondulado, celulose e papel), as indústrias participantes e a equipe do Cetea.

Eles se reúnem a cada dois meses para avaliar ou redirecionar o trabalho, buscando ofertar os melhores resultados às indústrias.

Esses encontros são de extrema importância para a pesquisa, sendo que o comitê diretor é uma forma de manter o grupo coeso e facilitar a coleta de informações, que é a maior dificuldade na análise do ciclo de vida das embalagens.

Orientados e direcionados assim como uma eficiente equipe de topografia, os participantes do Comitê recebem um relatório de todo o trabalho a cada dois meses.

Ao findar a pesquisa, todos os participantes irão receber um relatório geral, incluindo os setoriais específicos.

Todas as empresas participantes da pesquisa serão informadas de sua contribuição no impacto ambiental de sua produção.

Como você viu neste artigo, diversos esforços estão sendo empregados para diminuir o impacto e os gastos da cadeia de produção das empresas. Aplique ideais de corte de gastos desnecessários em sua startup e garanta o melhor aproveitamento de recursos com o menor impacto ambiental.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos

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